Vídeo e placa comemorativa marcam encerramento da primeira exposição do museu patrimonial

19/05/2017 09:08

Exibição de vídeo na abertura da cerimônia. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

A cerimônia de encerramento da primeira exposição do Museu Patrimonial da UFSC começou com uma surpresa: o lançamento de um vídeo em preto e branco, reproduzindo o formato do cinema mudo. As imagens apresentadas eram registros da interação dos visitantes com as peças que estiveram expostas desde o dia 17 de abril até essa quinta-feira, 18 de maio, Dia Internacional dos Museus. A mostra ocorreu no hall do Centro de Cultura e Eventos e foi visitada por cerca de 5 mil pessoas, segundo os organizadores.

Como na cerimônia de abertura, que contou com a presença de ex-reitores, um ex-reitor também discursou no encerramento da exposição. Lúcio José Botelho, que esteve à frente da universidade de 2004 a 2008, ressaltou a importância histórica da iniciativa. “Eu entrei na UFSC como aluno em 1971 e sou professor desde 1979. Acompanhei alguns momentos significativos. A geração atual é maravilhosamente rápida, por isso não tem ideia do que significava rodar uma apostila de 17 páginas em estêncil; do esforço que cada professor fazia para brigar por um retroprojetor. Hoje vivemos a era da ‘coisa pronta’. Algumas coisas que evocam o passado devem estar presentes no nosso dia a dia para nos lembrar de que as coisas nunca estão prontas, a universidade jamais estará pronta.”

Sueli Soares de Moraes, prefeita do campus. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Os discursos tiveram muitos momentos saudosistas. Sueli Soares de Moraes, prefeita do campus, também recordou sua rotina de trabalho do período em que ingressou na instituição: “Temos na prefeitura algumas peças que poderão ser incorporadas ao museu, como uma máquina de escrever, uma enceradeira e uma mesa da época que entrei na universidade, há 23 anos. Foi minha primeira mesa de trabalho!”. Sueli relatou que, naquela época, além de utilizar máquina de escrever, preenchia formulários em quatro vias de papel carbonado. “Se errasse um número, tinha que refazer tudo de novo. Hoje digitamos direto no sistema, é muito mais fácil. Acho que esses formulários nem existem mais. Mas seria interessante poder mostrar aos mais jovens como eram feitos os empenhos na universidade.”

O reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo falou sobre a importância de se preservar equipamentos considerados inservíveis, descartáveis, e de se estender esse cuidado às pessoas que constroem a universidade a cada dia. “Assim como os objetos, as pessoas também não podem ser deixadas de lado. Devemos valorizar os servidores que deram e dão a vida pela universidade. Por isso, minha principal homenagem hoje será para uma pessoa que considero o símbolo disso tudo, da resistência e da história da universidade: o Moacir Loth. Ele também representa a história da universidade”. O jornalista Moacir, que estava presente na cerimônia, atuou na UFSC por 36 anos — sendo por 16 anos diretor da Agência de Comunicação da UFSC (Agecom).

Vice-reitora Alacoque Lorenzini Erdmann. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Representando o Departamento de Gestão Patrimonial (DGP), discursaram o diretor, Hudson Queiroz, e o coordenador administrativo, Edwilson Ribeiro. Edwilson, que participou do processo de recolhimento de material, relatou que, em 35 anos de universidade, ainda não conhecia muitos dos objetos recolhidos. Hudson agradeceu o esforço dos trabalhadores do DGP, que contribuíram, de forma direta ou indireta, para que o projeto se realizasse e tivesse ampla repercussão. “Agradeço especialmente a dedicação da Veridiana e do Gabriel, e também do Luciano, do Moisés e do Daniel, que iniciaram esse trabalho. Agradeço a participação dos terceirizados, que são responsáveis pelo recolhimento do material. Sem eles isso não seria possível.

A vice-reitora Alacoque Lorenzini Erdmann também cumprimentou especialmente a equipe que teve a ideia de dar visibilidade e preservar o que ela considera primoroso e vital para contar a história da universidade: “Essa exposição é simbólica e traz sentido para a instituição. Cada objeto representa o modo de trabalhar, no seu devido tempo, e o sentido que esse trabalho tinha para as pessoas.” Alacoque chamou a atenção para o simbolismo de algo simples, como um ventilador ao lado de uma mesa de trabalho, representando as mudanças na nossa concepção de conforto: “Antes não tínhamos ar condicionado, o que tínhamos era um ventilador pequeno para uma sala com 30, 40 alunos. Era assim que passávamos o verão e, por alguma razão, nos sentíamos confortáveis. Era o que atendia a nossas necessidades. A cadeira, a mesa, os espaços de multiuso nem sempre proporcionavam o que a ergonomia exigia, mas nós nos sentíamos bem assim”.

Alacoque lembrou que a UFSC está completando 57 anos e, “apesar de ainda ser uma universidade jovem, já não podemos mais esperar para ter nossos museus. É bem amplo o leque de opções que temos para estruturar um museu. Vejo nessa iniciativa o começo de um grande desafio. O começo para fazermos com que isso se prolifere e ganhe a abrangência necessária. Ainda temos materiais guardados da década de 1960, que seguramente são importantes para conhecermos o desenvolvimento humano e tecnológico de toda a universidade. Parabenizo novamente a equipe organizadora e a expectativa de que isso seja apenas o início. A partir de agora vamos valorizar tudo que possa representar a história e a vida da nossa instituição.”

Ao final do evento, foi realizado o descerramento da placa de inauguração do museu patrimonial. Mantendo a proposta de ser itinerante, já estão previstas outras três exposições até o final do ano.

Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo discursando durante a cerimônia. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Próximas exposições:

31 de julho a 18 de agosto: “Bem-vindo 2017/2” – hall da BU.

16 a 20 de outubro: “O museu vai à Sepex!” (mostra interativa).

4 a 19 de dezembro: “Parabéns UFSC!” – hall da reitoria.

O vídeo exibido na cerimônia está disponível aqui.

Confira também as reportagens sobre o processo de criação do museu e sobre a inauguração.

Mais informações na página do Museu Patrimonial pelo e-mail ou pelo telefone (48) 37212161.

Daniela Caniçali/Jornalista da Agecom/UFSC

acessado em: http://noticias.ufsc.br/2017/05/video-e-placa-comemorativa-marcam-encerramento-da-primeira-exposicao-do-museu-patrimonial/

Museu Patrimonial realiza cerimônia de encerramento da exposição inaugural

17/05/2017 22:42

O Museu Patrimonial da UFSC realiza na quinta-feira, 18 de maio, a partir das 10h no hall do Centro de Cultura e Eventos (CCEven) a cerimônia de encerramento da exposição inaugural do projeto. A ocasião contará com a presença da vice-reitora Alacoque Lorenzini Erdmann, da pró-reitora de Gestão de Pessoas, Carla Cristina Búrigo e da prefeita do campus, Soeli Soares de Moraes, dentre outros.

A exposição inaugural do Museu Patrimonial da UFSC, realizada entre os dias 17 de abril a 18 de maio, movimentou a comunidade universitária. Pelo menos cinco mil visitantes se depararam com uma máquina de escrever em pleno hall do CCEven. Mais do que presenciar o equipamento hoje em desuso, os visitantes puderam usá-lo para rememorar ou conhecer uma das muitas máquinas de escrever utilizadas na UFSC no decorrer de sua história.

A cerimônia de encerramento marca ainda o descerramento da placa de inauguração do Museu Patrimonial da UFSC e contará com a apresentação do calendário de exposições do projeto em 2017, com mais três mostras neste ano.

Serviço

O que: Cerimônia de encerramento da exposição inaugural do Museu Patrimonial da UFSC

Quando: quinta-feira, 18 de maio, das 10h às 11h
Onde: Hall Centro de Cultura e Eventos

Evento gratuito

 

Texto: Gabriel Martins

Foto: Veridiana Bertelli

Encerramento da Exposição Inaugural – 18 de maio

17/05/2017 21:41

Nesse dia 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, fechamos o ciclo da Exposição Inaugural que marcou a fundação do Museu Patrimonial da UFSC.

Nosso principal objetivo foi realizado e o que era reservado ao pó e ao esquecimento agora tem vida e dá mais cor ao cotidiano acadêmico. Foram dias em que o assombro, a surpresa, as lembranças e as emoções estiveram presentes.

E para celebrar este momento, convidamos toda comunidade a participar da cerimônia de encerramento, que será realizada às 10h no Hall do Centro de Cultura e Eventos.

 

Museu Patrimonial da UFSC inaugura primeira exposição no Centro de Eventos

20/04/2017 13:00
Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

A primeira exposição do museu patrimonial da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi inaugurada nessa segunda-feira, 17 de abril, com a presença de ex-reitores, pró-reitores e autoridades acadêmicas. A mostra está aberta ao público, no hall do Centro de Cultura e Eventos, até 18 de maio, Dia Internacional do Museu. Gabriel Martins, um dos idealizadores e curador do projeto, abriu a cerimônia ressaltando a importância de se preservar os objetos que já não são usados, mas que conservam a história do fazer acadêmico: “Inauguramos aqui uma nova forma de vermos a gestão patrimonial da UFSC. Somos a mais antiga universidade federal do estado e temos muita história para contar. Essa história pode ser narrada com nossos instrumentos de trabalho. Neles estão concretizadas diversas atividades, algumas que não existem mais”, afirmou.

Veridiana Bertelli, outra idealizadora e curadora do projeto, reforçou seu caráter de extensão: “Além de contar a história da universidade e dos processos de trabalho, os bens expostos também levam a universidade para a sociedade e trazem a sociedade para dentro da universidade”. Para seguir cumprindo essa função, o museu foi concebido em formato itinerante. “Após essa mostra inaugural, pretendemos levar a exposição para todos os centros, todos os campi e também para fora da universidade. Queremos construir, em diferentes setores da UFSC, espaços museológicos que poderão ser visitados pela comunidade. Percebemos que existe o desejo de construir e fazer parte dessa história. Esse projeto tem muito potencial e esperamos contar com todo o apoio da administração central da universidade para transformar esse potencial em realidade”, informou Veridiana.

Veridiana Bertelli, uma das idealizadoras e curadora da exposição. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Veridiana Bertelli, uma das idealizadoras e curadora da exposição. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

A ideia do museu surgiu a partir da percepção de que a história da universidade estava se perdendo a cada vez que objetos inutilizados eram descartados. “Uma máquina de escrever, um projetor de slides, por exemplo, estavam lá, adormecidos nas prateleiras. Com a vinda da Veridiana e do Gabriel ao DGP, começamos a pensar de que forma poderíamos viabilizar um novo destino aos equipamentos. E assim surgiu esse projeto, que conta a história da nossa instituição, a história do ensino, da pesquisa, da extensão, do dia-a-dia do trabalhador”, explicou Hudson Queiroz, diretor do Departamento de Gestão Patrimonial (DGP/UFSC) e coordenador do projeto.

O reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo agradeceu e parabenizou a equipe do DGP pelo trabalho, segundo ele, “da melhor qualidade” no nível da extensão: “Os servidores do DGP não só deram conta do trabalho da gestão patrimonial, como também selecionaram, entre o material que recolhiam, aqueles que hoje integram o museu. Olha a criatividade, olha a genialidade. Estou extremamente satisfeito. A equipe se mobilizou e deu, para a função administrativa, uma função acadêmica, uma função de extensão. Eles mostram que, definitivamente, o técnico-administrativo não é ‘servidor do professor’. Nesta instituição, o técnico-administrativo e o docente têm a mesma perspectiva para trabalhar no ensino, na pesquisa, na extensão, na inovação, na cultura e na arte”.

Ex-reitores

Os ex-reitores, convidados para a cerimônia, valorizaram a iniciativa de criação de um projeto dedicado à conservação da memória. Ernani Bayer, reitor da UFSC de 1980 a 1984, lembrou que os objetos da mostra preservam o início da universidade, os primórdios do processo de consolidação de todos os cursos que funcionam hoje. “Sabemos que tudo que está exposto aqui já colaborou com muitos estudos e projetos, por isso é importante mostrar essa história aos novos acadêmicos”. Ernani destacou também a relevância de haver um lugar na universidade onde se possa armazenar o material e viabilizar futuras exposições, com a história de todas as gerações da UFSC.

Ex-reitor Antônio Diomário de Queiroz. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Ex-reitor Antônio Diomário de Queiroz. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Antônio Diomário de Queiroz, ex-reitor que esteve em exercício entre 1992 a 1996, elogiou o formato do projeto: “Esse é um evento de abertura da universidade para a sociedade. É um evento de extensão. E a extensão é a função mais aberta e mais avançada da universidade”. Para Diomário, um dos maiores desafios da atualidade é contribuir para o resgate, o respeito e a proteção da memória. “Por isso essa exposição atraiu ex-reitores e nos atraiu a todos. Esse sentimento está em cada um de nós. Espero que esta ação provoque um processo amplo de valorização da nossa memória”, afirmou.

Também discursaram na cerimônia o pró-reitor de Administração, Jair Napoleão Filho — que falou sobre o pioneirismo do projeto; Maria de Lourdes Alves Borges, secretária de Cultura e Arte da UFSC; e Sidneya Gaspar de Oliveira, presidente em exercício da Fundação Catarinense de Cultura (FCC). No evento, foi inaugurado também o site do museu patrimonial, onde futuramente estará disponível um acervo online com os objetos do museu.

Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Serviço

O que: exposição do Museu Patrimonial Itinerante da UFSC.

Quando: Até 18 de maio.

Onde: hall do Centro de Cultura e Eventos.

Mais informações no site do museu, pelo e-mail , pelo telefone (48) 3721-2161.

Confira também a reportagem sobre o processo de criação do museu.

Daniela Caniçali/Jornalista da Agecom/UFSC

acessado em: http://noticias.ufsc.br/2017/04/museu-patrimonial-da-ufsc-inaugura-primeira-exposicao-no-centro-de-eventos/

 

 

 

 

Exposição inaugural repercute na mídia

16/04/2017 19:12

A exposição inaugural do Museu Patrimonial da UFSC repercutiu internamente na UFSC, pela página da Agência de Comunicação, na TV UFSC e no facebook da UFSC, com cerca de 20.000 acessos

Mas não foi só na UFSC, também houve divulgação no Diário Catarinense, A Notícia, Notícias do Dia, Adjori e Programa do Salum,  acompanhe:

Produção: Agecom/UFSc

Produção: TV/UFSC

Repercussão midia - Moacir Pereira-1

Diário Catarinense e A Notícia – Moacir Pereira

Noticias do Dia - Fabio Gadotti

Noticias do Dia – Fabio Gadotti

 

Repercussao na midia - Rafael Martini-1

Diário Catarinense – Rafael Martini

Programa do Salum:

 

UFSC inaugura museu patrimonial com objetos que narram a história da universidade

04/04/2017 14:46

 

Réplica de uma mesa de escritório dos anos 1980. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Em uma iniciativa inédita, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inaugura, no dia 17 de abril, o Museu Patrimonial Itinerante da instituição. Estarão expostos, no hall do Centro de Cultura e Eventos, 18 objetos, de diferentes épocas e usos, narrando parte da história da universidade. Máquina de escrever, retroprojetor, mimeógrafo e estojo normógrafo são algumas das peças que, até pouco tempo atrás, faziam parte do dia-a-dia no campus e hoje adquiriram valor histórico. Para os mais jovens, a mostra será uma oportunidade de entrar em contato, pela primeira vez, com objetos que sequer conheceram. Para os mais velhos, um momento de relembrar e reviver uma rotina de estudos e trabalho que pode agora parecer longínqua.

O museu foi concebido como um projeto de extensão vinculado ao Departamento de Gestão Patrimonial (DGP/UFSC). O DGP é o órgão da UFSC para onde são encaminhados os bens inutilizados de toda a universidade. Móveis como cadeiras, mesas e armários; computadores; equipamentos eletrônicos; instrumentos de laboratórios; e os mais diversos objetos dispensados por diferentes motivos ficam armazenados em um depósito central. Alguns chegam danificados, mas muitos outros são descartados apenas por seu uso ou tecnologia estarem, a partir de determinado momento, ultrapassados.

Equipe da DGP que participou do projeto. Da esquerda para a direita: Veridiana, Gabriel, Edwilson e Hudson. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

O destino usual dos objetos que não seriam leiloados ou doados era o lixo. Entretanto, muitos deles adquiriram uma sobrevida a partir do momento em que servidores do DGP lhes direcionaram um novo olhar. “Na primeira vez em que entramos no depósito, tivemos logo a ideia do museu. A maioria entrava lá e dizia: ‘Nossa, quanto entulho!’. Mas nós pensamos: ‘Quanta coisa legal!’”, conta Veridiana Bertelli, uma das idealizadoras do projeto. Para a servidora, o museu deve sugerir uma mudança de atitude: “Nossa proposta é mostrar que os objetos têm valor não apenas por seu uso em si, mas também por seu caráter histórico: eles apresentam a trajetória da universidade, os processos de trabalho, os avanços tecnológicos.”

Hudson Queiroz, diretor do DGP e coordenador do projeto, reforça a relevância da criação de um museu: “Parte da história da universidade pode ser contada através dos equipamentos que entraram em desuso. Nossa intenção é que a comunidade universitária faça uma viagem no tempo e entenda a importância de cada equipamento dentro de determinado contexto. Eu me lembro, por exemplo, da chegada da primeira máquina xerox no campus. Tínhamos que sair de nosso setor de trabalho, ir até a reitoria, onde estava instalada, e enfrentar uma fila de quase uma manhã toda para tirar uma cópia.” Ele lamenta que muitos desse objetos se perderam pois foram descartados ao longo das décadas de 1960, 1970 e 1980.

Criação do museu

Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

De um universo de cerca de 30 mil objetos, foram selecionados mil itens para integrar o acervo do museu. Destes, estarão expostos na mostra de inauguração 18 objetos. O processo de escolha seguiu três critérios. O primeiro deles foi o tempo: os materiais representam todas as décadas, desde o início do funcionamento da UFSC, nos anos 1960. O segundo foi o local: há bens de onze centros de ensino e de duas pró-reitorias. “Selecionamos uma mostra representativa por período e por local. Os objetos procederam dos mais diversos setores da universidade, como o biotério central e a carpintaria”, explica Gabriel Martins, outro idealizador do museu. O terceiro foi o tipo de serviço, isto é, instrumentos cuja modalidade de uso envolvia atividades de ensino, pesquisa, extensão ou manutenção.

Definidos os critérios de triagem, a composição do acervo do museu passou por várias etapas. Primeiramente, a equipe pesquisou manualmente entre todos os objetos que já estavam armazenados no depósito central. “Mas a partir do momento em que o projeto foi se concretizando, começamos a identificar e selecionar mais itens entre os materiais que chegavam a cada novo recolhimento”, conta Veridiana. Posteriormente, eles passaram a visitar outros espaços da universidade, inclusive aqueles localizados fora do campus central, como a Fazenda da Ressacada e o Hospital Universitário (HU), em busca de objetos que poderiam ter interesse histórico.

Sala de entrada do DGP, onde foram feitas as primeiras exposições de teste. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Foi criado, no DGP, um depósito intermediário destinado exclusivamente ao acervo do museu. “Depois começamos a limpar, recuperar, pesquisar e identificar o que era cada objeto, pois vários deles não conhecíamos”, diz Gabriel. Após todo o trabalho de limpeza e recuperação, cada objeto foi rastreado no sistema do DGP, onde consta sua data de chegada na UFSC e todos os setores pelos quais passou. “Procuramos também os trabalhadores que utilizaram esses equipamentos antigos para contar um pouco de sua história e para que serviam”, explica.

Muitos desses servidores demonstravam carinho por certos objetos e a vontade de que fossem preservados. A ideia do museu ganhava, assim, materialidade e importância. Veridiana relata que nunca houve um trabalho institucionalizado para dar conta dessa demanda de preservação e cuidado com o patrimônio que seria descartado: “Começamos a fazer, ainda dentro do depósito, algumas exposições de teste. Depois, passamos para a sala de entrada do DGP. A partir do momento em que as pessoas visitavam o setor e viam essas pequenas mostras, muitos se entusiasmavam e se mostravam dispostos a contribuir, nos enviando mais objetos.”

“Nossa ideia inicial era criar um museu dentro do DGP. Mas quando vimos o quanto os objetos eram significativos e, principalmente, o impacto que causavam nas pessoas, começamos a reformular o projeto. Percebemos que o melhor que poderíamos fazer por uma gestão patrimonial que preze também pelo patrimônio histórico seria viabilizar exposições itinerantes”, afirma Gabriel. Após a inauguração, portanto, todas as unidades acadêmicas podem receber uma exposição, planejada de acordo com as demandas de cada espaço. Uma das ideias da equipe, por exemplo, é compor uma exposição interativa para a SEPEX. “Queremos criar uma sala de aula dos anos 1980. As crianças poderão manusear o mimeógrafo, a máquina de escrever, entre vários outros objetos que com certeza ainda não conhecem”, diz Veridiana.

Depósito Central do DGP. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Futuro

A UFSC é, provavelmente, a primeira universidade do país a inaugurar um museu patrimonial. A equipe do projeto realizou ampla pesquisa, mas não encontrou iniciativa semelhante em nenhuma outra instituição de ensino. “Descobrimos museus patrimoniais em outras organizações, mas nenhum deles em universidade brasileira”, informa Gabriel. A partir do museu, outros projetos relacionados à preservação e cuidado com o patrimônio estão previstos. Segundo Veridiana, a ideia é criar um roteiro cultural na UFSC: “Temos aqui o Museu de Arqueologia e Etnologia (MArquE), o projeto Fortalezas, o Centro de Cultura e Eventos e uma série de outros espaços que podem integrar um roteiro de visitação.”

Esse circuito cultural, que incluiria o DGP, incentivaria outros espaços a terem seus próprios acervos. “A Setic, por exemplo, já tem material suficiente para criar um museu patrimonial local. Cada espaço de trabalho pode preservar sua própria história. Isso contribuiria para divulgar as atividades dos diversos setores da universidade para a comunidade interna e externa”, explica Gabriel. Eles também pretendem criar uma exposição virtual: “Ainda não temos estrutura para isso. Mas se conseguirmos envolver os estudantes de Museologia, Arquitetura, História e outros cursos, seria possível fazer a catalogação de todos os bens e a divulgação no site.”

Exposição

A exposição estará aberta ao público, no hall do Centro de Cultura e Eventos, de 17 de abril a 18 de maio. O período foi escolhido em homenagem ao Dia Internacional do Museu, celebrado em 18 de maio. A inauguração será no dia 17 de abril, segunda-feira, às 10h. Na ocasião, será lançado também o site do museu. Toda a comunidade universitária está convidada a participar.

Serviço

O que: Exposição do Museu Patrimonial Itinerante da UFSC.

Quando: De 17 de abril a 18 de maio.

Onde: Hall do Centro de Cultura e Eventos.

Inauguração: 17 de abril, às 10h da manhã.

Mais informações pelo e-mail ou pelos telefones (48) 3721-2150 | 2164 | 2161.

Daniela Caniçali/Jornalista da Agecom/UFSC

Disponível em: http://noticias.ufsc.br/2017/03/ufsc-inaugura-museu-patrimonial-com-objetos-que-narram-a-historia-da-universidade/