Vídeo e placa comemorativa marcam encerramento da primeira exposição do museu patrimonial
A cerimônia de encerramento da primeira exposição do Museu Patrimonial da UFSC começou com uma surpresa: o lançamento de um vídeo em preto e branco, reproduzindo o formato do cinema mudo. As imagens apresentadas eram registros da interação dos visitantes com as peças que estiveram expostas desde o dia 17 de abril até essa quinta-feira, 18 de maio, Dia Internacional dos Museus. A mostra ocorreu no hall do Centro de Cultura e Eventos e foi visitada por cerca de 5 mil pessoas, segundo os organizadores.
Como na cerimônia de abertura, que contou com a presença de ex-reitores, um ex-reitor também discursou no encerramento da exposição. Lúcio José Botelho, que esteve à frente da universidade de 2004 a 2008, ressaltou a importância histórica da iniciativa. “Eu entrei na UFSC como aluno em 1971 e sou professor desde 1979. Acompanhei alguns momentos significativos. A geração atual é maravilhosamente rápida, por isso não tem ideia do que significava rodar uma apostila de 17 páginas em estêncil; do esforço que cada professor fazia para brigar por um retroprojetor. Hoje vivemos a era da ‘coisa pronta’. Algumas coisas que evocam o passado devem estar presentes no nosso dia a dia para nos lembrar de que as coisas nunca estão prontas, a universidade jamais estará pronta.”
Os discursos tiveram muitos momentos saudosistas. Sueli Soares de Moraes, prefeita do campus, também recordou sua rotina de trabalho do período em que ingressou na instituição: “Temos na prefeitura algumas peças que poderão ser incorporadas ao museu, como uma máquina de escrever, uma enceradeira e uma mesa da época que entrei na universidade, há 23 anos. Foi minha primeira mesa de trabalho!”. Sueli relatou que, naquela época, além de utilizar máquina de escrever, preenchia formulários em quatro vias de papel carbonado. “Se errasse um número, tinha que refazer tudo de novo. Hoje digitamos direto no sistema, é muito mais fácil. Acho que esses formulários nem existem mais. Mas seria interessante poder mostrar aos mais jovens como eram feitos os empenhos na universidade.”
O reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo falou sobre a importância de se preservar equipamentos considerados inservíveis, descartáveis, e de se estender esse cuidado às pessoas que constroem a universidade a cada dia. “Assim como os objetos, as pessoas também não podem ser deixadas de lado. Devemos valorizar os servidores que deram e dão a vida pela universidade. Por isso, minha principal homenagem hoje será para uma pessoa que considero o símbolo disso tudo, da resistência e da história da universidade: o Moacir Loth. Ele também representa a história da universidade”. O jornalista Moacir, que estava presente na cerimônia, atuou na UFSC por 36 anos — sendo por 16 anos diretor da Agência de Comunicação da UFSC (Agecom).
Representando o Departamento de Gestão Patrimonial (DGP), discursaram o diretor, Hudson Queiroz, e o coordenador administrativo, Edwilson Ribeiro. Edwilson, que participou do processo de recolhimento de material, relatou que, em 35 anos de universidade, ainda não conhecia muitos dos objetos recolhidos. Hudson agradeceu o esforço dos trabalhadores do DGP, que contribuíram, de forma direta ou indireta, para que o projeto se realizasse e tivesse ampla repercussão. “Agradeço especialmente a dedicação da Veridiana e do Gabriel, e também do Luciano, do Moisés e do Daniel, que iniciaram esse trabalho. Agradeço a participação dos terceirizados, que são responsáveis pelo recolhimento do material. Sem eles isso não seria possível.
A vice-reitora Alacoque Lorenzini Erdmann também cumprimentou especialmente a equipe que teve a ideia de dar visibilidade e preservar o que ela considera primoroso e vital para contar a história da universidade: “Essa exposição é simbólica e traz sentido para a instituição. Cada objeto representa o modo de trabalhar, no seu devido tempo, e o sentido que esse trabalho tinha para as pessoas.” Alacoque chamou a atenção para o simbolismo de algo simples, como um ventilador ao lado de uma mesa de trabalho, representando as mudanças na nossa concepção de conforto: “Antes não tínhamos ar condicionado, o que tínhamos era um ventilador pequeno para uma sala com 30, 40 alunos. Era assim que passávamos o verão e, por alguma razão, nos sentíamos confortáveis. Era o que atendia a nossas necessidades. A cadeira, a mesa, os espaços de multiuso nem sempre proporcionavam o que a ergonomia exigia, mas nós nos sentíamos bem assim”.
Alacoque lembrou que a UFSC está completando 57 anos e, “apesar de ainda ser uma universidade jovem, já não podemos mais esperar para ter nossos museus. É bem amplo o leque de opções que temos para estruturar um museu. Vejo nessa iniciativa o começo de um grande desafio. O começo para fazermos com que isso se prolifere e ganhe a abrangência necessária. Ainda temos materiais guardados da década de 1960, que seguramente são importantes para conhecermos o desenvolvimento humano e tecnológico de toda a universidade. Parabenizo novamente a equipe organizadora e a expectativa de que isso seja apenas o início. A partir de agora vamos valorizar tudo que possa representar a história e a vida da nossa instituição.”
Ao final do evento, foi realizado o descerramento da placa de inauguração do museu patrimonial. Mantendo a proposta de ser itinerante, já estão previstas outras três exposições até o final do ano.
Próximas exposições:
31 de julho a 18 de agosto: “Bem-vindo 2017/2” – hall da BU.
16 a 20 de outubro: “O museu vai à Sepex!” (mostra interativa).
4 a 19 de dezembro: “Parabéns UFSC!” – hall da reitoria.
O vídeo exibido na cerimônia está disponível aqui.
Confira também as reportagens sobre o processo de criação do museu e sobre a inauguração.
Mais informações na página do Museu Patrimonial pelo e-mail ou pelo telefone (48) 37212161.
Daniela Caniçali/Jornalista da Agecom/UFSC
acessado em: http://noticias.ufsc.br/2017/05/video-e-placa-comemorativa-marcam-encerramento-da-primeira-exposicao-do-museu-patrimonial/