Museu patrimonial narra história da universidade

26/04/2017 15:00

Texto e fotografia: Júlia Mallmann ()

acessado em: http://cotidiano.sites.ufsc.br/museu-patrimonial/

A Universidade Federal de Santa Catarina criou o museu patrimonial, em uma iniciativa inédita dentre as universidades brasileiras. Nele estão expostos diversos equipamentos e materiais que já fizeram parte do cotidiano de alunos, professores e servidores técnico-administrativos. Entre relógios, máquinas de escrever e equipamentos de laboratório, destaca-se a história e o aproveitamento de objetos que seriam doados, leiloados ou jogados no lixo.

O projeto do Museu Patrimonial começou em 2016, de acordo com Hudson Queiroz, diretor do DGP (Departamento de Gestão Patrimonial) e coordenador do museu. Queiroz, que além de administrador é historiador, explica que a ideia surgiu a partir de visitas ao depósito do DGP em que vários objetos inservíveis, do ponto de vista operacional, passaram a ser enxergados com outros olhos, ou seja, poderiam contar uma história.

“Contar a história da universidade através do equipamento, do olhar no equipamento. De você fazer uma viagem no túnel do tempo. Por exemplo, as crianças e adolescentes do Colégio de Aplicação, que é todo informatizado, olham uma máquina de escrever e desconhecem esse objeto. Eles não sabem como a máquina de escrever foi importante para o desenvolvimento da informática também”, explica Queiroz sobre o objetivo do Museu Patrimonial.

Seguindo a proposta, os objetos que serviriam para descrever o desenvolvimento da UFSC foram sendo catalogados com período de utilização e tiveram suas funções descritas, já que alguns são provenientes de laboratórios e tiveram usos específicos. “Desde máquina fotográfica ou de escrever, que a geração dos nascidos nos anos 80 e 90 não conhecem, até equipamentos como furador, grampeador e material de laboratório específico. Retroprojetor, projetor de slides, filmadoras, relógios, mesas”.

Outra proposta do Museu é montar uma mesa de escritório dos anos 80, com máquina de escrever manual. Além disso, os bens expostos possuem, em sua etiqueta, o valor financeiro atual. Esses objetos possuem um valor próximo a um centavo e são classificados como inservíveis. Ou seja, o uso original já não é cumprido e sua função passa a ser contar a história da universidade.

Doação e leilão: formas de distribuir bens encaminhados ao DGP

Os materiais que por algum motivo não são utilizados pela universidade e foram levados ao depósito do DGP, e que também não vão para o museu – porque ainda podem ser utilizados e exercem suas funções originais – são doados ou leiloados. Quase nada vai para o lixo. “Permanecemos ainda com os projetos de leilão e doação. A gente faz doação para ONG’s e os leilões são abertos para pessoas jurídicas, para empresas que tem interesse na reciclagem”, explica Queiroz.

“Quando você faz um museu, você quer resgatar a história, então, é muito engraçado o que tem acontecido após a divulgação do Museu Patrimonial, o que vem despertando nas pessoas. Vários companheiros, que inclusive já se aposentaram, comentam ‘já trabalhei com uma máquina dessa, usava muito o retroprojetor’”.

O Diretor do DGP lamenta que com o tempo muitos objetos foram se perdendo e que o objetivo daqui pra frente é ter um cuidado especial para a preservação desses bens. “A única coisa que lamentamos é que com o tempo a perdemos muito patrimônio histórico, porque acabou não havendo essa percepção da importância de ter um museu patrimonial, porque os bens eram simplesmente considerados inservíveis, sucatas e não tinham um lugar histórico”.

Uma exposição-piloto está montada no próprio DGP com alguns objetos já catalogados. Na exposição inaugural – que ocorreu na segunda-feira , no Hall do Centro de Cultura e eventos da UFSC – estão expostos 18 objetos. Mas, de acordo com os curadores Veridiana Bertelli e Antônio Gabriel Martins, são cerca de 1000 os objetos já selecionados para futuras exposições.

Os curadores explicam que para o futuro esperam realizar também exposições temáticas e interativas de acordo com o público-alvo. “Dependendo do tipo de exposição, do local, vamos adequar os objetos e os critérios de seleção desses objetos”, finaliza Bertelli.

 Patrimônio da universidade

Os objetos que não podem mais ser utilizados nos diversos ambientes da universidade são transferidos para o depósito do DGP, o setor é encarregado de dar destino para eles. Os equipamentos eletrônicos são leiloados ou doados para escolas públicas. Também, existe um projeto para restaurar mobiliários, como mesas, cadeiras e armários que chegam ao DGP estragados e retornam ao uso com boa qualidade.

De acordo com o Inventário UFSC 2016, a universidade possui o total de 356.251 bens cadastrados com situação patrimonial ativa, o que totaliza um valor de R$ 220.151.138,08. Dentre os centros de ensino da UFSC, o CTC (Centro Tecnológico) é o que mais possui bens ativos em uso, com 53.311 bens, num total de R$ 50.468.729,03. O que possui menos bens é o CCJ (Centro de Ciências Jurídicas), com 3.592 itens no valor de R$ 993.355,20.

 

Bens considerados ativos que compõe o patrimônio da UFSC.

Museu Patrimonial da UFSC inaugura primeira exposição no Centro de Eventos

20/04/2017 13:00
Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

A primeira exposição do museu patrimonial da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi inaugurada nessa segunda-feira, 17 de abril, com a presença de ex-reitores, pró-reitores e autoridades acadêmicas. A mostra está aberta ao público, no hall do Centro de Cultura e Eventos, até 18 de maio, Dia Internacional do Museu. Gabriel Martins, um dos idealizadores e curador do projeto, abriu a cerimônia ressaltando a importância de se preservar os objetos que já não são usados, mas que conservam a história do fazer acadêmico: “Inauguramos aqui uma nova forma de vermos a gestão patrimonial da UFSC. Somos a mais antiga universidade federal do estado e temos muita história para contar. Essa história pode ser narrada com nossos instrumentos de trabalho. Neles estão concretizadas diversas atividades, algumas que não existem mais”, afirmou.

Veridiana Bertelli, outra idealizadora e curadora do projeto, reforçou seu caráter de extensão: “Além de contar a história da universidade e dos processos de trabalho, os bens expostos também levam a universidade para a sociedade e trazem a sociedade para dentro da universidade”. Para seguir cumprindo essa função, o museu foi concebido em formato itinerante. “Após essa mostra inaugural, pretendemos levar a exposição para todos os centros, todos os campi e também para fora da universidade. Queremos construir, em diferentes setores da UFSC, espaços museológicos que poderão ser visitados pela comunidade. Percebemos que existe o desejo de construir e fazer parte dessa história. Esse projeto tem muito potencial e esperamos contar com todo o apoio da administração central da universidade para transformar esse potencial em realidade”, informou Veridiana.

Veridiana Bertelli, uma das idealizadoras e curadora da exposição. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Veridiana Bertelli, uma das idealizadoras e curadora da exposição. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

A ideia do museu surgiu a partir da percepção de que a história da universidade estava se perdendo a cada vez que objetos inutilizados eram descartados. “Uma máquina de escrever, um projetor de slides, por exemplo, estavam lá, adormecidos nas prateleiras. Com a vinda da Veridiana e do Gabriel ao DGP, começamos a pensar de que forma poderíamos viabilizar um novo destino aos equipamentos. E assim surgiu esse projeto, que conta a história da nossa instituição, a história do ensino, da pesquisa, da extensão, do dia-a-dia do trabalhador”, explicou Hudson Queiroz, diretor do Departamento de Gestão Patrimonial (DGP/UFSC) e coordenador do projeto.

O reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo agradeceu e parabenizou a equipe do DGP pelo trabalho, segundo ele, “da melhor qualidade” no nível da extensão: “Os servidores do DGP não só deram conta do trabalho da gestão patrimonial, como também selecionaram, entre o material que recolhiam, aqueles que hoje integram o museu. Olha a criatividade, olha a genialidade. Estou extremamente satisfeito. A equipe se mobilizou e deu, para a função administrativa, uma função acadêmica, uma função de extensão. Eles mostram que, definitivamente, o técnico-administrativo não é ‘servidor do professor’. Nesta instituição, o técnico-administrativo e o docente têm a mesma perspectiva para trabalhar no ensino, na pesquisa, na extensão, na inovação, na cultura e na arte”.

Ex-reitores

Os ex-reitores, convidados para a cerimônia, valorizaram a iniciativa de criação de um projeto dedicado à conservação da memória. Ernani Bayer, reitor da UFSC de 1980 a 1984, lembrou que os objetos da mostra preservam o início da universidade, os primórdios do processo de consolidação de todos os cursos que funcionam hoje. “Sabemos que tudo que está exposto aqui já colaborou com muitos estudos e projetos, por isso é importante mostrar essa história aos novos acadêmicos”. Ernani destacou também a relevância de haver um lugar na universidade onde se possa armazenar o material e viabilizar futuras exposições, com a história de todas as gerações da UFSC.

Ex-reitor Antônio Diomário de Queiroz. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Ex-reitor Antônio Diomário de Queiroz. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Antônio Diomário de Queiroz, ex-reitor que esteve em exercício entre 1992 a 1996, elogiou o formato do projeto: “Esse é um evento de abertura da universidade para a sociedade. É um evento de extensão. E a extensão é a função mais aberta e mais avançada da universidade”. Para Diomário, um dos maiores desafios da atualidade é contribuir para o resgate, o respeito e a proteção da memória. “Por isso essa exposição atraiu ex-reitores e nos atraiu a todos. Esse sentimento está em cada um de nós. Espero que esta ação provoque um processo amplo de valorização da nossa memória”, afirmou.

Também discursaram na cerimônia o pró-reitor de Administração, Jair Napoleão Filho — que falou sobre o pioneirismo do projeto; Maria de Lourdes Alves Borges, secretária de Cultura e Arte da UFSC; e Sidneya Gaspar de Oliveira, presidente em exercício da Fundação Catarinense de Cultura (FCC). No evento, foi inaugurado também o site do museu patrimonial, onde futuramente estará disponível um acervo online com os objetos do museu.

Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Serviço

O que: exposição do Museu Patrimonial Itinerante da UFSC.

Quando: Até 18 de maio.

Onde: hall do Centro de Cultura e Eventos.

Mais informações no site do museu, pelo e-mail , pelo telefone (48) 3721-2161.

Confira também a reportagem sobre o processo de criação do museu.

Daniela Caniçali/Jornalista da Agecom/UFSC

acessado em: http://noticias.ufsc.br/2017/04/museu-patrimonial-da-ufsc-inaugura-primeira-exposicao-no-centro-de-eventos/

 

 

 

 

Exposição inaugural repercute na mídia

16/04/2017 19:12

A exposição inaugural do Museu Patrimonial da UFSC repercutiu internamente na UFSC, pela página da Agência de Comunicação, na TV UFSC e no facebook da UFSC, com cerca de 20.000 acessos

Mas não foi só na UFSC, também houve divulgação no Diário Catarinense, A Notícia, Notícias do Dia, Adjori e Programa do Salum,  acompanhe:

Produção: Agecom/UFSc

Produção: TV/UFSC

Repercussão midia - Moacir Pereira-1

Diário Catarinense e A Notícia – Moacir Pereira

Noticias do Dia - Fabio Gadotti

Noticias do Dia – Fabio Gadotti

 

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Diário Catarinense – Rafael Martini

Programa do Salum:

 

Estudantes de museologia entregam carta ao Museu Patrimonial

13/04/2017 11:31

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As estudantes de museologia Fernanda do Canto e Raisa Ramoni, em nome dos estudantes do curso, estiveram na sede do DGP e entregaram uma carta (acesse aqui)aos integrantes do projeto do Museu Patrimonial. No documento e na conversa, as representantes dos estudantes do curso apontaram a importância da participação dos museólogos na construção de projetos como esse. Sugeriram a relevância de sua participação em todas as etapas, desde a seleção de objetos até a proposição de ações educativas, bem como na logística, na conservação das peças, na pesquisa e documentação histórica, entre outros. Manifestaram certo desconforto por não terem sido inseridos desde o princípio nesse processo e ainda ressaltaram a multidisciplinaridade de um espaço como o museu, que podem incluir também profissionais como designers, arquitetos, historiadores e cineastas.

A equipe do Museu Patrimonial da UFSC  apontou que o projeto faz parte de uma política de gestão patrimonial iniciada recentemente e que entende que os bens enviados para descarte pelos diferentes setores UFSC tem um grande potencial para contar a história da instituição e de seus processos de trabalho, sejam os realizados em sala de aula, em laboratórios, setores administrativos ou de manutenção, por exemplo. Inicialmente a equipe conta com administrador, historiadores, desenhista técnico, entre outros, mas desde o princípio o objetivo sempre foi tornar o espaço como um campo de estágio para as diferentes áreas do conhecimento, como a museologia, por exemplo, e assim contribuir também no processo  de formação dos profissionais. Finalmente, para além do espaço expositivo no DGP e das exposições itinerantes, o intento é estimular e contribuir para que outros setores construam seu próprio espaço museológico, e transformar a UFSC num espaço de memória múltiplo e diverso.

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Nossa equipe do Museu agradece as críticas construtivas e espera, com o apoio da Administração Central, a partir de agora conseguir ampliar a equipe com a participação dos estudantes de museologia e dos diferentes cursos que darão uma contribuição fundamental para a consolidação desse projeto institucional de tamanha relevância educativa, cultural e social.

UFSC inaugura museu patrimonial com objetos que narram a história da universidade

04/04/2017 14:46

 

Réplica de uma mesa de escritório dos anos 1980. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Em uma iniciativa inédita, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inaugura, no dia 17 de abril, o Museu Patrimonial Itinerante da instituição. Estarão expostos, no hall do Centro de Cultura e Eventos, 18 objetos, de diferentes épocas e usos, narrando parte da história da universidade. Máquina de escrever, retroprojetor, mimeógrafo e estojo normógrafo são algumas das peças que, até pouco tempo atrás, faziam parte do dia-a-dia no campus e hoje adquiriram valor histórico. Para os mais jovens, a mostra será uma oportunidade de entrar em contato, pela primeira vez, com objetos que sequer conheceram. Para os mais velhos, um momento de relembrar e reviver uma rotina de estudos e trabalho que pode agora parecer longínqua.

O museu foi concebido como um projeto de extensão vinculado ao Departamento de Gestão Patrimonial (DGP/UFSC). O DGP é o órgão da UFSC para onde são encaminhados os bens inutilizados de toda a universidade. Móveis como cadeiras, mesas e armários; computadores; equipamentos eletrônicos; instrumentos de laboratórios; e os mais diversos objetos dispensados por diferentes motivos ficam armazenados em um depósito central. Alguns chegam danificados, mas muitos outros são descartados apenas por seu uso ou tecnologia estarem, a partir de determinado momento, ultrapassados.

Equipe da DGP que participou do projeto. Da esquerda para a direita: Veridiana, Gabriel, Edwilson e Hudson. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

O destino usual dos objetos que não seriam leiloados ou doados era o lixo. Entretanto, muitos deles adquiriram uma sobrevida a partir do momento em que servidores do DGP lhes direcionaram um novo olhar. “Na primeira vez em que entramos no depósito, tivemos logo a ideia do museu. A maioria entrava lá e dizia: ‘Nossa, quanto entulho!’. Mas nós pensamos: ‘Quanta coisa legal!’”, conta Veridiana Bertelli, uma das idealizadoras do projeto. Para a servidora, o museu deve sugerir uma mudança de atitude: “Nossa proposta é mostrar que os objetos têm valor não apenas por seu uso em si, mas também por seu caráter histórico: eles apresentam a trajetória da universidade, os processos de trabalho, os avanços tecnológicos.”

Hudson Queiroz, diretor do DGP e coordenador do projeto, reforça a relevância da criação de um museu: “Parte da história da universidade pode ser contada através dos equipamentos que entraram em desuso. Nossa intenção é que a comunidade universitária faça uma viagem no tempo e entenda a importância de cada equipamento dentro de determinado contexto. Eu me lembro, por exemplo, da chegada da primeira máquina xerox no campus. Tínhamos que sair de nosso setor de trabalho, ir até a reitoria, onde estava instalada, e enfrentar uma fila de quase uma manhã toda para tirar uma cópia.” Ele lamenta que muitos desse objetos se perderam pois foram descartados ao longo das décadas de 1960, 1970 e 1980.

Criação do museu

Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

De um universo de cerca de 30 mil objetos, foram selecionados mil itens para integrar o acervo do museu. Destes, estarão expostos na mostra de inauguração 18 objetos. O processo de escolha seguiu três critérios. O primeiro deles foi o tempo: os materiais representam todas as décadas, desde o início do funcionamento da UFSC, nos anos 1960. O segundo foi o local: há bens de onze centros de ensino e de duas pró-reitorias. “Selecionamos uma mostra representativa por período e por local. Os objetos procederam dos mais diversos setores da universidade, como o biotério central e a carpintaria”, explica Gabriel Martins, outro idealizador do museu. O terceiro foi o tipo de serviço, isto é, instrumentos cuja modalidade de uso envolvia atividades de ensino, pesquisa, extensão ou manutenção.

Definidos os critérios de triagem, a composição do acervo do museu passou por várias etapas. Primeiramente, a equipe pesquisou manualmente entre todos os objetos que já estavam armazenados no depósito central. “Mas a partir do momento em que o projeto foi se concretizando, começamos a identificar e selecionar mais itens entre os materiais que chegavam a cada novo recolhimento”, conta Veridiana. Posteriormente, eles passaram a visitar outros espaços da universidade, inclusive aqueles localizados fora do campus central, como a Fazenda da Ressacada e o Hospital Universitário (HU), em busca de objetos que poderiam ter interesse histórico.

Sala de entrada do DGP, onde foram feitas as primeiras exposições de teste. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Foi criado, no DGP, um depósito intermediário destinado exclusivamente ao acervo do museu. “Depois começamos a limpar, recuperar, pesquisar e identificar o que era cada objeto, pois vários deles não conhecíamos”, diz Gabriel. Após todo o trabalho de limpeza e recuperação, cada objeto foi rastreado no sistema do DGP, onde consta sua data de chegada na UFSC e todos os setores pelos quais passou. “Procuramos também os trabalhadores que utilizaram esses equipamentos antigos para contar um pouco de sua história e para que serviam”, explica.

Muitos desses servidores demonstravam carinho por certos objetos e a vontade de que fossem preservados. A ideia do museu ganhava, assim, materialidade e importância. Veridiana relata que nunca houve um trabalho institucionalizado para dar conta dessa demanda de preservação e cuidado com o patrimônio que seria descartado: “Começamos a fazer, ainda dentro do depósito, algumas exposições de teste. Depois, passamos para a sala de entrada do DGP. A partir do momento em que as pessoas visitavam o setor e viam essas pequenas mostras, muitos se entusiasmavam e se mostravam dispostos a contribuir, nos enviando mais objetos.”

“Nossa ideia inicial era criar um museu dentro do DGP. Mas quando vimos o quanto os objetos eram significativos e, principalmente, o impacto que causavam nas pessoas, começamos a reformular o projeto. Percebemos que o melhor que poderíamos fazer por uma gestão patrimonial que preze também pelo patrimônio histórico seria viabilizar exposições itinerantes”, afirma Gabriel. Após a inauguração, portanto, todas as unidades acadêmicas podem receber uma exposição, planejada de acordo com as demandas de cada espaço. Uma das ideias da equipe, por exemplo, é compor uma exposição interativa para a SEPEX. “Queremos criar uma sala de aula dos anos 1980. As crianças poderão manusear o mimeógrafo, a máquina de escrever, entre vários outros objetos que com certeza ainda não conhecem”, diz Veridiana.

Depósito Central do DGP. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC.

Futuro

A UFSC é, provavelmente, a primeira universidade do país a inaugurar um museu patrimonial. A equipe do projeto realizou ampla pesquisa, mas não encontrou iniciativa semelhante em nenhuma outra instituição de ensino. “Descobrimos museus patrimoniais em outras organizações, mas nenhum deles em universidade brasileira”, informa Gabriel. A partir do museu, outros projetos relacionados à preservação e cuidado com o patrimônio estão previstos. Segundo Veridiana, a ideia é criar um roteiro cultural na UFSC: “Temos aqui o Museu de Arqueologia e Etnologia (MArquE), o projeto Fortalezas, o Centro de Cultura e Eventos e uma série de outros espaços que podem integrar um roteiro de visitação.”

Esse circuito cultural, que incluiria o DGP, incentivaria outros espaços a terem seus próprios acervos. “A Setic, por exemplo, já tem material suficiente para criar um museu patrimonial local. Cada espaço de trabalho pode preservar sua própria história. Isso contribuiria para divulgar as atividades dos diversos setores da universidade para a comunidade interna e externa”, explica Gabriel. Eles também pretendem criar uma exposição virtual: “Ainda não temos estrutura para isso. Mas se conseguirmos envolver os estudantes de Museologia, Arquitetura, História e outros cursos, seria possível fazer a catalogação de todos os bens e a divulgação no site.”

Exposição

A exposição estará aberta ao público, no hall do Centro de Cultura e Eventos, de 17 de abril a 18 de maio. O período foi escolhido em homenagem ao Dia Internacional do Museu, celebrado em 18 de maio. A inauguração será no dia 17 de abril, segunda-feira, às 10h. Na ocasião, será lançado também o site do museu. Toda a comunidade universitária está convidada a participar.

Serviço

O que: Exposição do Museu Patrimonial Itinerante da UFSC.

Quando: De 17 de abril a 18 de maio.

Onde: Hall do Centro de Cultura e Eventos.

Inauguração: 17 de abril, às 10h da manhã.

Mais informações pelo e-mail ou pelos telefones (48) 3721-2150 | 2164 | 2161.

Daniela Caniçali/Jornalista da Agecom/UFSC

Disponível em: http://noticias.ufsc.br/2017/03/ufsc-inaugura-museu-patrimonial-com-objetos-que-narram-a-historia-da-universidade/